A Puglia de Frederico II, o “Stupor Mundi” (Maravilha do Mundo), e seus castelos.
A Puglia Imperial de Frederico II é marcada pelos castelos, pelo intercâmbio entre as culturas latina, grega e árabe e pelas suas idéias universalistas de um império medieval unido. Frederico II foi Rei da Sicília, Duque da Suábia, Rei de Jerusalém, Rei dos Romanos e Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.
Era descendente da dinastia imperial da Suábia, Hohenstaufen (neto de Frederico I, o Barba Ruiva), e da dinastia normanda, Hauteville (fundadores do Reino da Sicília). Frederico II nasceu, em 1194, em Jesi (Marche) durante a viagem dos pais para a Sicília. Aos 4 anos ja tinha se tornado Rei da Sicília, tinha perdido os pais e passou a ser criado pelo Papa Inocêncio III.
Embora fosse alemão, era mais siciliano e, posteriormente, mais pugliese e multiétnico. Tentou reorganizar as cidades da Itália sob o seu reinado indo contra os senhores feudais da Sicília e da Calábria, contra os normandos e contra os Estados Papais. Mesmo assim, em 1220, Frederico II foi coroado Imperador do Sacro Império Romano pelo Papa Onofrio III.
A Puglia Imperial
A Puglia Imperial de Frederico II havia uma estrutura política moderna centralizada e uma administração eficiente. O “Puer Apuliae” (Menino da Puglia, Apúlia, em português) tinha uma ligação muito forte com a região. Em 1223, transferiu a capital do Reino da Sicília da Palermo para Foggia. Enquanto, construiu em Lucera, o seu Palatium e ergueu uma colônia sarracena (Luceria Saracenorum), em Apricena fez a sua a residência de inverno. Viveu com a sua ultima esposa, Bianca Lancia, nos castelos de Monte Sant’Angelo e de Gioia del Colle. Além de proteger o litoral, como os castelos de Vieste e Oria, o castelo de Brindisi era também um ponto de apoio para peregrinos e cavaleiros que partiam para o oriente. A Catedral de Altamura foi o único edifício sagrado construído pelo Imperador.
Em 1229, do castelo de Barletta, a maior fortaleza da região, Frederico II partiu para a sexta cruzada. No entanto, voltou da Terra Santa (sem entrar em guerra) com um acordo diplomático que dava aos cristãos o domínio das cidades de Jerusalém, Nazaré e Belém. Coroou-se Rei de Jerusalém ao se casar com Isabel II de Jerusalém. Contudo quanto retornou em Puglia muitas cidades tinham se revoltadas contra o Imperador e poucas ficaram ao seu lado, como Andria (Fidelis), Lucera e Barletta.
Castel del Monte
Culto e amante das artes e da arquitetura, a corte de Frederico II era freqüentada por muitos intelectuais, por exemplo, Leonardo Fibonacci, o maior matemático da Idade Média. No entanto, o seu hobby favorito era a caça com aves de rapina. Sobre o assunto escreveu o livro De arte venandi cum avibus, e, construiu, em Andria, o Castel del Monte, o seu castelo (de caça) mais interessante, símbolo da Puglia e um dos Patrimônios da Humanidade da Unesco.
Por fim, em 1250, Frederico II morreu com dores abdominais no Castel Fiorentino, hoje Torremaggiore. Algumas teorias falam de traição e envenenamento com a participação dos Estados Papais e do próprio filho, o primeiro, Enrico. Todavia após a sua morte, os Estados Papais se aliaram a Carlos de Anjou, irmão de Luís IX de França, que matou Manfredi, filho ilegítimo de Frederico II com Bianca Lancia, e decretou o fim da dinastia Suábia na Itália.
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